sábado, 15 de junho de 2013

16.06.13 - Dia 61 - Tallin (EST) - São Petersburgo (RUS)

De trem... Fomos dormir quase 2 hs e levantamos às 6 hs, na hora de viajar sou mais que mineira: morro de medo de perder o trem, avião, seja lá o que for.
Para pegar o tram tivemos um trecho para andar a pé de 20'.
O trem saiu na hora exata: 17:50, segunda classe: mas limpinho! A responsável     pega nossos passaportes e leva para fazer as anotações (!!!): em todo lugar as recomendações são: não tirem os olhos de seu passaporte mas aqui eles nem dão bola para isso, pegam e levam...
Passaporte na mão, um pouco mais tranquila fomos lanchar o que tínhamos trazido: pão, salame, queijo, frutas, suco...um verdadeiro pic-Nic.
Tínhamos dúvidas se teria o que comer no trem e prevenir não te deixa na mão.

Fronteira Estônia - Rússia



Chegamos na fronteira, ainda na Estônia: entram para carimbar os passaportes, já que a Rússia não faz parte da Comunidade Européia; outros da "receita federal" para saber se você fez compras e precisa de comprovante para receber o imposto de volta, entra outro com cachorro para ver se há produtos ilícitos...não se esqueçam que tínhamos levado "salame" mas o cão comportou-se, cheirou mas não denunciou a iguaria...
30 minutos depois o trem sai, atravessa a fronteira, para e começa tudo de novo... Policiais requisitam seu passaporte, cachorro cheira suas coisas e encaram um bocado comparando sua cara com a da foto...até prendi o cabelo para não restar sombra de dúvida e levam seu passaporte para dentro do prédio para fazer as devidas pesquisas.
Silvano fica tranquilo, nunca acha que vai acontecer alguma coisa. Eu já penso nas piores coisas.
Na segunda parada é previsto um tempo de 45' e só  nos resta aguardar.
Tudo ok, carimbos apostos no passaporte, mais uma conferida para ver se você é você da foto e o trem apita... Que bom! Estamos na Rússia apesar de ainda não ter pisado o solo russo.



A viagem dura 5:30 hs, com as paradas nna fronteira, para 400 km.
São Petersburgo é conhecida como "Jóia do Norte", "Veneza do Norte".
Idealizada e fundada em 1703 pelo Czar Pedro, o Grande, marido de Catarina I, para ser a janela russa para a Europa, . Em um local pantanoso, chuvoso, etc., na entrada do Golfo da Finlândia, beira do Mar Báltico, de frente para o Rio Neva. 
Mas ele tinha prisioneiros de guerra, servos: mão-de-obra não era problema.
Fiscalizou a obra pessoalmente. 
Fizeram canais, drenaram pântanos, construíram diques. Largas avenidas, boulevards, obeliscos, chafarizes e igrejas desfilam fausto, requinte, suntuosidade e grandiosidade.
Além disso por decreto transferiu a capital da Rússia para lá, obrigou os nobres a construírem palácios, palácios e mais...
Tempos sem limite e "sem noção" dos governantes... se bem que nos dias de hoje gente sem noção é o que não falta!!
Em 1762, após um golpe depôs o próprio marido e assume Catarina, a Grande - não ficou atrás em nada em termos de megalomania.
Com Catarina II o Império Russo cresceu, a administração modernizou-se mas a tirania e o despotismo cresceu na mesma medida. Foi ela quem deu início à coleção de arte que hoje em dia faz parte do Hermitage. 
É uma cidade-monumento, mistura de cenário com arquitetura feita para impactar.
Bobagem falar muito, procure um pouco sobre São Petersburgo, que já foi Petrogrado, Leningrado e de novo São Petersburgo...sempre ao sabor do mandante da vez.
Sobreviveu a incêndios, guerras, inundações, cerco de 29 meses, mandos e desmandos czarista, queda do comunismo e atualmente, invasão do capitalismo e agora os turistas, muitos!! É a cidade da hora!
O governo está trabalhando com a cifra de 8.100.000 de turistas para 2016 e tem quebrado todas as metas dos últimos 10 anos. Só para comparar o BRASIL recebeu em 2012 - 5.700.000, um país e não uma cidade.
Diferente de Moscou, aqui as informações turísticas (a maioria) estão em inglês e cirílico, nas ruas e metrô. Mas se pedir informação para motorista de ônibus, por exemplo, não consegue nada! 
Terra de escritores, bailarinos, teatro, orquestras.
Após a Revolução Russa de 1917 a capital mudou para Moscou, mas continua sendo considerada a capital cultural da Rússia.
Bem voltemos a nós:
Viemos só para dar uma passada de olhos; 48 hs é pouco, só para fazer promessa de voltar!
Estamos na alta temporada, das "Noites Brancas", a escuridão da noite não chega: as pessoas depois do inverno rigoroso querem ir para as ruas: época de concertos, espetáculos de teatro e balé, grandes shows.  .
Pode-se visitar S. Peter sem nada específico em mente: um verbo bom a conjugar aqui é flanar: bater perna à toa e olhar em todas as direções. Todas são privilegiadas.
O que notamos:
- trânsito bem doido, nos pareceu que não tem limite de velocidade nas grandes avenidas, um perigo. Atravessar só onde tem semáforo, faixa de segurança e olhe lá! 
- carros particulares param em ponto de ônibus para pegar passageiros: eles acertam onde vão e por quanto, se estiver bom para ambos...ok.
- muitos bares, cafeterias, mercadinhos, pubs, inferninhos funcionam 24 horas.
- no geral os prédios estão bem conservados, lógico que alguns somente por fora, por dentro dos pátios e corredores ainda não foram recuperados.
- Silvano achou de maneira geral os moradores bem simpáticos, pelo menos como primeira impressão é a que ficou.  
Nesse primeiro dia andamos muito: avenidas, canais, igrejas, parques e praças. 
A Igreja do Sangue Derramado tem esse nome porque o o czar Nicolau II foi assassinado ali. Possui +- 7.500 m² de mosaicos: não tem foto que dê a dimensão do que é aquilo! Maravilhoso!
Visitamos a casa onde viveu Dostoievsky, a Catedral: cópia da Catedral de São Pedro, a Biblioteca Nacional da Rússia, etc.
Jantamos o que tínhamos de lanche pois estávamos sem Rublos e não se aceitam Euros por aqui...
Depois do lanche saímos de novo: a atmosfera é bem interessante, os ares são bons e a cidade é limpa, inclusive os canais.
Sobre o metro quase todo mundo já recebeu mensagens de email mostrando as estações enormes, profundas e verdadeiros museus terra adentro. Fazia parte da ideologia socialista de que arte é para o proletário ver no dia-a-dia.
Não andamos por nenhuma maravilhosa porque não tivemos tempo mas é só clicar no google que aparecem fotos e mais fotos. Tem escada rolante com quase 100 mts, em cada final de escada tem uma "guardinha" sentada olhando o rolamento da dita cuja. A profundidade das estações se justifica pela geologia da região pantanosa.
Cuidadora da escada rolante

Chega de falar sobre S.Peter: ela é para ser admirada mesmo que seja por fotos, guias e @.   


Vermelho comunista: banheiro do hotel


Catedral - Cópia da Catedral de São Pedro (Vaticano)

Quase 02:00 hs

Na época da Guerra esses cavalos (são 4 sobre a ponte) foram enterrados para proteção

Igreja do Sangue Derramado
I
7.500 m² de mosaicos







Teto da Confeitaria

Caviar do Báltico


03:30 hs
    


3 comentários:

Inara disse...

é muito impressionante e louco pensar que vcs estão na Rússia!! hahaha...

mas as fotos são demais e as igrejas, catedrais, metrô, confeitaria, são realmente lindas!!

janaprevidi disse...

Oi Cleci!
Estamos indo para a Rússia e a Escandinávia e estou organizando o roteiro. Li que o trecho de trem entre São Petesburgo e Helsinki é muito bonito, mas o que se encaixaria melhor pra nós seria o trecho de trem São Petesburgo - Tallin. O que tu me aconselharias? Essa viagem de trem vale como um passeio bonito?
Abraço!

Cleci disse...

Oi ... O que posso dizer para você sobre o caminhgo: não é um caminho cênico, bonito ou paisagens deslumbrantes. Pelo que já li o trecho que vc mencionou é realmente bonito. Fizemos esse trecho porque não posso perder oportunidades de andar de trem e como estamos de motorhome para nós foi o mais conveniente esse trecho, além de não precisar dirigir na Rússia (em 2014 estamos de novo rodando pela Europa, nesse momento estamos no Caminho de Santiago). São muitas opções que você tem e escolher a melhor ... vai ser difícil. O trecho Helsinque-S.Petersburgo tem muitas informações em blogs que já fizeram esse trecho. Dê uma conferida e boa sorte...
Cleci, de Morro Reuter, RS

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