quinta-feira, 13 de junho de 2013

11 e 12.06.13 - Dias 56 e 57 - Riga (LV) - Haademeeste (EST)

O roteiro nesses dois dias: 
Riga - Jurmala - Sigulda (LV), 3a. feira  
Sigulda (LV) - Haademeeste (EST), 4a. feira

Resolvemos fazer uma volta para conhecer Jurmala, segundo o folder "uma das praias mais impressionantes da Europa, com 33 km de extensão e coberta de areia branca de quartzo e trazida pela corrente marítima" ...
Silvano fez até planos: tomar banho de mar, cerveja, camarão, descansar e seguir viagem.
Antes de chegar já fomos abordados por uma policial porque passamos sem pagar "alguma coisa", até vimos o painel mas não entendemos e fomos passando reto. A policial levantou a plaquinha vermelha e veio:
1. deu um esculacho, em alemão (viu a placa do carro e sapecou o alemão),
2. ele: pediu para falar em inglês e devagar
3. ela: pediu documentos pessoais e do carro
4. ela: viu e perguntou se ele era policial
5. ele: sou do exército
6. ela: como o senhor é do exército dessa vez não vou penalizá-lo mas da próxima vez pague o que tem que pagar
7. ele: sim senhora!
8: partimos ligeirito
Tudo para conhecer a Praia do "Cassino" da Letônia..
Bom, nem sei como dizer, mas é uma praia bem "mixuruca", a gente quer conhecer praia de teimoso, sabe que não vai ser o "bicho". Em termos de praia somos bem servidos, lógico que tem Caribe, Polinésia mas aí é sem concorrência. Praia aqui tem outra conotação: prá começar não pode quase nada: beber, fumar, cachorro e carro (isso é muito bom), bagunça, etc. Tem um rol de deveres num painel quando você entra na praia. Eles plantam pinheiros até quase na beira-mar; pista asfaltada e com faixa amarela no meio para pedestres e cadeirantes; um redondel de tempos em tempos para poder trocar de roupa, wc. Bar para vender caipirinha e camarão ... tem não! 
Acesso para deficientes ...



Areia branca !?! Mais ou menos ...
 Depois do esculacho, da dificuldade de achar a praia (ela fica escondida atrás dos pinheirais e não é toda rua que chega mais ou menos perto), tem que deixar o carro longe e ir a pé, da chuva que caiu só nos restou almoçar e cair fora.
O caminho de volta era por dentro de Riga novamente, em horário de rush, mas foi bem. O GPS dá umas falhadas mas nos leva direitinho.
Fomos até Sigulda, que é considerada a "Suíça" da Letônia com vales, rios, montanhas e castelos. Possui várias áreas com esportes de aventura, túnel de vento, bungee jump, canoagem e no inverno uma pequena pista de esqui.
Ficamos no camping na beira do Rio Gauja: enquanto o Silvano foi pagar eu vi uma pessoa preparando comida com aquele véu de apicultor, mãos no bolso, calça comprida e pensei: meu Deus! Aqui tem mosquitos! 
E como tinha: vorazes, muitos, barulhentos, grandes. Passamos aperto com eles essa noite.
Sigulda



No caminho até aqui passamos por zona rural de pequenas plantações. A palavra que me ocorre é bucólica: simples mas de aparência boa. Nenhuma casa requintada mas jardins cuidados, casas pintadas com capricho.
Uma coisa é igual em qualquer parte: não tem sábado ou domingo para quem trabalha na "roça", qualquer dia da semana os tratores estão rodando, é tempo de colher e tempo de plantar.
Paramos para fotografar um ninho de cegonha com 3 cegonhinhas, da estrada já dá para ver os pescoços pedindo comida. Mais uns dias e estarão treinando voar.



Dia seguinte rodamos um pouco por Sigulda. Num dos parques de aventura Silvano desceu de "tobogan track" : carrinho em um trilho só, desce a montanha numa velocidade considerável e depois sobe de teleférico. Fomos atrás do bungee jump mas não estava funcionando. Partimos.

Um pouco antes da fronteira paramos em Salacgriva para almoçar e insistimos em ver a praia: essa então tem plantação até na beirinha do mar, a praia toda arada mas não sei o que possa estar plantado ali. Diferente.
Praia. Praia???



Atravessamos a fronteira Letônia-Eslovênia.
Normalmente como diz o ditado "mata-se um leão por dia", aqui, Silvano e eu, matamos um Tigre Báltico a cada 3-4 dias ... brincadeiras á parte, por enquanto recomendamos sem sombra de dúvidas: incluam os Países Bálticos em sua próxima viagem!
Paramos em Haademeeste, num camping, de novo à beira-mar. Só tinha 3 MH, o local mais vazio que já estivemos nesse tempo todo. Aqui a praia era bem melhorzinha, mas não deu banho.
Fomos andar de bicicleta até a cidade mais próxima: Klabi, famosa na Estônia na arte de fabricar barcos. Fui e voltei sem cair, mas a mão ainda dói!

Ponto de ônibus em Klabi

Vimos o por-do-sol no mar por volta de 22:40 e não fica escuro, fica aquela penumbra.
Praia e a plantação de pinheiros


Quase 23 hs

Curiosidade: o romance "Noites Brancas", de Dostoievsky se passa em S. Petersburgo e trata exatamente desse fenômeno: fica noite, mas tem um clarão no céu, parece que estamos dentro de um sonho...
Esqueci de comentar:
Mikhail Baryshnikov nasceu em Riga (Letônia) em 1948 e pediu asilo ao Canadá em 1974.
Barishinikov, por Irving Penn
   
Boa noite.

Um comentário:

Inara disse...

a praia pode não ser bonita, mas o acesso para cadeirantes e o lugar para se trocar são, sem dúvida nenhuma, grandes ideias!!

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