quinta-feira, 30 de maio de 2013

31.05.13 - Dia 45

Varsóvia

30.05.13 - Dia 44

Czestochowa - Varsóvia - 250 km
Fomos cedo para ver a missa, quando chegamos lá descobrimos que primeiro ia sair a procissão de outra igreja e depois teria a missa. Não esperamos. 
Organizamos as coisas, enchemos os tanques de água, acertamos as contas com o camping e partimos. Cruzamos no caminho com a procissão, ainda bem que nessa hora o tempo deu uma estiada.
Viemos por estrada secundária, bem tranquila, com muitas cidades, todas com as igrejas enfeitadas e procissões. Aqui, como na Áustria,  tem muito oratório, crucifixo e imagens de santos nas estradas, e hoje todos com flores e fitas.
Almoçamos muito bem hoje e já compramos para o jantar.
Em Varsóvia estamos no Camping Majawa, disparado o mais caro de todos até agora. E nem é o bicho: apertado, banheiros bem meia-boca, mas com água bem quente...
Falei com Ivy e Iris no Facetime, Silvano dormiu cedo e agora são 01:20 e ainda estou por aqui. Acho que só eu estou acordada no camping...
Boa noite.
Ciclistas andam na estrada sem maiores problemas...

Tente achar rapidamente esses nomes em um mapa de "papel"



Chegando no camping em Varsóvia

29.05.13 - Dia 43

Czestochova (PL) - Camping Olenka - 4 km de bicicleta
Amanheceu um dia bonito, com sol e fomos de novo para o Santuário. A cidade na verdade gira em torno desse ponto de peregrinação.
Demos toda a volta pelas muralhas, estão sendo restauradas aos poucos, mas de toda forma estão bem conservadas e cuidadas.
Por fora das muralhas tem todas as estações da Via-sacra, mas ficam no nível das passarelas.  Como eu disse ontem os padres são os guias turísticos e acompanham grupos de crianças em primeira comunhão, escolares, idosos, turistas de outros países: enfim uma demonstração de fé, religiosidade e devoção a toda prova.
Tem um espaço para missa campal com o altar suspenso na parte de trás da Basílica, que está sendo preparado porque amanhã é feriado de Corpus Christi e depois da procissão haverá missa.
Visitamos os museus, os tesouros, exposição, o entorno. Almoçamos por ali mesmo.
Já era tarde quando voltamos para o camping.
Depois de muita insistência do Silvano  para comigo saímos de bicicleta.
Tínhamos que achar mercado para comprar pão e outras coisinhas.
Faz décadas que não ando de bicicleta: o resultado era o esperado: levei um "tombaralho", me estabaquei, óculos para um lado, bici por cima da minha pessoa...pulso socado no chão...levantei toda suja de capim e ainda tive de continuar. E o pulso ainda pulsa...doía que fazia gosto. Com custo cheguei de volta em casa. Vamos ver como vai amanhecer essa mão. 











Depois do tombo...








28.05.13 - Dia 42



Legnickie Pole - Czestochova (PL) - 260 km

Puxa vida! A chuva não  pára... É duro sair da cama, quem me conhece sabe que pela manhã não sou gente, quero dormir...ainda mais com um barulhinho de chuva na orelha. Mas vamos lá, aqui gastamos em euros!
Paramos na igreja que vimos ontem mas estava fechada.
Do nada surgiu uma mulher que se pôs a falar em polonês e eu entendia que ela ia abrir a porta para nós. Só que ela ia e voltava e falava, falava. Na terceira vez ela fêz o gesto conhecido mundialmente: esfregava uns dedos nos outros, ou seja, pedia $$ para abrir. Nisso o Silvano estava chegando e ele voltou para pegar o $$. A mulher saiu voando atrás dele quando viu que ia sair alguma coisa para ela. Só que como eu sou mais maldosa falei para o Silvano dar depois, mas como ele é "bonzinho" deu antes e fomos para a porta da igreja.
Chovia, chovia e a gente esperando ...quando fui olhar a mulher já estava indo embora. Silvano gritou e ela despencou novamente a falar...uma novela...Silvano foi atrás dela e ela mostrou um prédio e mostrava para tocar a campainha, ele falava em português, ela em polaco e de repente saiu do prédio uma senhora, colocando a capa e com as chaves na mão. Resultado: a malandra pegou o $$ mas quem tinha as chaves era outra senhora. Ficamos bravos, mas se não fosse a malandra não íamos saber quem possuía as chaves...
A igreja! Que igreja maravilhosa! Toda pintada: paredes, tetos, afrescos, dourados, órgão, pinturas a óleo.
A igreja de St. Hedwig da Silésia, da Idade Média. 
Quando se vê o tamanho da cidade hoje e se depara com a desproporção da igreja fica-se imaginando como era a vida e a riqueza dos reis e governantes.
As igrejas eram na verdade o local onde eles demonstravam todo o poder e como os poderes eram interligados.
Nessa hora a falta do idioma faz falta: a gente enlevado com tanta beleza, a senhorinha ali só olhando e como gostaríamos de poder dizer a ela que achamos a igreja de sua cidade um espetáculo! Tenho a certeza que ela entendeu que gostamos, mas se pudesse dizer seria bem melhor.
Seguimos  pela auto-estrada, almoçamos no caminho e de longe vimos uma igreja toda negra, de madeira. Entramos na cidade - Gwozdziany (se tiver que procurar esse nome no mapa...) - para ver de perto: com tôrre do sino separada do corpo da igreja, de 1576. 
Terça-feira, 18:00, chovendo e a população na igreja assistindo missa, estacionamento de bicicleta cheio.
Como estava tendo missa ficamos no hall de entrada, por dentro a decoração foi modernizada. Um encanto de igreja, bem delicada. Sem obras de arte, a própria já é uma obra de arte.
Tiramos fotos e seguimos. Faltava pouco para Czestochowa, local de peregrinação para a população religiosa da Polônia. 
O camping fica ao lado da entrada do Santuário, não tínhamos que andar nem 100 mts. Ficamos em um local meio apertado mas deu tudo certo.
Fomos dar uma volta para conhecer o Santuário. 
Um pouco de história: a imagem da Virgem com o Menino, é um ícone (estilo de pintura bizantina, pintada a óleo em uma tela sobre madeira e com os adereços geralmente dourados), com 122 cm x 82 cm.
Segundo a "leyenda" antiga o quadro chegou da Rússia em 1382, quando se fundou em Czestochowa o Monastério de Jasna Gora (Montanha Clara), com os monges que vieram da Hungria.
Em 1430-34 a pintura foi restaurada porque adeptos da reforma protestante atacaram a imagem. Deixaram as marcas na face para sempre recordar a violência que a imagem sofreu.
Enfim é uma longa história: quando a Suécia quis invadir Czestochowa em 1655 eles consideram que a força da fé os salvou. Em 1656 foi declarada Padroeira da Polônia. O Papa João Paulo II era um confesso devota da virgem de Jasna Gora ou Madona Negra, como também é conhecida.
O Santuário é um complexo situado em uma fortaleza com a Basílica, a capela onde fica a Virgem, museus, capelas, salas de tesouros, ex-votos, um espaço para missa campal enorme.
O povo polonês é conhecido pela sua religiosidade, a Polônia desde sempre esteve ao lado do papa e agora tem verdadeira devoção pelo Beato João Paulo II.
No altar da Virgem tem o cinto que o  papa usava quando sofreu o atentado.
As pessoas não passam pelo meio da igreja sem dobrar os joelhos, é de impressionar e emocionar ver as pessoas frente ao altar.
Fiquei emocionada, não tem como não chorar. A música, o ambiente, toda história envolvente.
Fazia muito tempo que não via tantos padres e freiras em um só lugar: eles fazem as visitas guiadas, seguem a via-sacra com os visitantes, rezam  missa uma atrás da outra. Acompanham as crianças e jovens com microfones e vão cantando pelos espaços afora.
Assistimos a missa e viemos para o camping. @ ruim, jantamos e dormimos.
Dia de 3 igrejas maravilhosas!
A Igreja de Legnickie Pole.









  
A igreja de Gwozdziany


   
E a de Czestochowa - Jasna Gora ou Madona Negra

Tampa de canalização pluvial

Basílica



Capela da Virgem





   

sábado, 25 de maio de 2013

27.05.13 - Dia 41

Berlim (D) - Legnickie Pole (PL) - 295 km
Aos amigos de Berlim que nos apoiaram, ajudaram, incentivaram o nosso muito obrigado por tudo, mas tudo mesmo. Obrigada pela paciência, estímulo e disposição.
Saímos por volta de 11:00. Paramos numa cafeteria, comprei pão, cozinhei as salsichas brancas e comemos com muita mostarda adocicada. Uma delícia!
Cochilamos um pouco e partimos. Tudo ia bem...
Aí entramos na Polônia e as estradas se acabaram. Por uma fração de tempo pensei que tínhamos entrado na máquina do tempo e estávamos no torrão querido: Brasil.
Na fronteira o Silvano trocou $$, aqui na Polônia usam o PLN=Zloty, fizemos câmbio de euros x zloty (10 euros = 42 PLN).
A estrada é de concreto e entre uma placa e outra tem desnível, remendo e buracos, apesar de ser pista dupla. A pista dupla que vem para a Alemanha está nova e brilhando....ficamos sem entender porque arrumaram um lado e ignoraram outro. Foram +- 70 km em muito tempo, paramos 2 vezes para ver se as bicicletas estavam no lugar.
Depois desse trecho a estrada milagrosamente melhorou e deu para andar um pouco mais.
Nem sabia que nosso MH fazia barulho, parecia o do BR que chacoalha um bocado. 
Depois de horas na estrada para fazer 300 km chegamos a Legnica, mas o camping ficava em Legnickie Pole, 10 kms a frente.
Esse é o camping mais barato que já ficamos: pagamos 6 euros por tudo.
Quando chegamos uns guris passaram, viram a bandeira do BR e gritaram:
Neymar the best! Isso vamos ver ainda!
Cidade pequena, com uma igreja e claustro maravilhosos - de Santa Edwiges e Nossa Senhora - do período medieval, +- 1200. Estava fechada, mas as fotos de lá merecem uma visita amanhã.
Passamos num mercadinho, compramos tomates, água e uns biscoitos típicos doces. De jantar teve macarrão com molho pesto a calabresa, pão, tomate e água.
Nesse momento chove e o Silvano já está dormindo.
PS: esse diário de viagem está bem atrasado, quando possível farei o do dia e vou atualizando e colocando as fotos nas postagens antigas.
Boa noite.
Saindo de Berlim





Estradinha mixuruca



Responsável pelo camping !?!






Entenderam que no sábado está fechada, né?
   

15-10-2017 - Arganda del Rey - Madri - Granada

Um belo domingo de sol! Outono calorento! Céu azul! Hilário nos levou até o aeroporto Barajas 09:00 para “locar” um carro e bandear uns di...