Puxa vida! A chuva não pára... É duro sair da cama, quem me conhece sabe que pela manhã não sou gente, quero dormir...ainda mais com um barulhinho de chuva na orelha. Mas vamos lá, aqui gastamos em euros!
Paramos na igreja que vimos ontem mas estava fechada.
Do nada surgiu uma mulher que se pôs a falar em polonês e eu entendia que ela ia abrir a porta para nós. Só que ela ia e voltava e falava, falava. Na terceira vez ela fêz o gesto conhecido mundialmente: esfregava uns dedos nos outros, ou seja, pedia $$ para abrir. Nisso o Silvano estava chegando e ele voltou para pegar o $$. A mulher saiu voando atrás dele quando viu que ia sair alguma coisa para ela. Só que como eu sou mais maldosa falei para o Silvano dar depois, mas como ele é "bonzinho" deu antes e fomos para a porta da igreja.
Chovia, chovia e a gente esperando ...quando fui olhar a mulher já estava indo embora. Silvano gritou e ela despencou novamente a falar...uma novela...Silvano foi atrás dela e ela mostrou um prédio e mostrava para tocar a campainha, ele falava em português, ela em polaco e de repente saiu do prédio uma senhora, colocando a capa e com as chaves na mão. Resultado: a malandra pegou o $$ mas quem tinha as chaves era outra senhora. Ficamos bravos, mas se não fosse a malandra não íamos saber quem possuía as chaves...
A igreja! Que igreja maravilhosa! Toda pintada: paredes, tetos, afrescos, dourados, órgão, pinturas a óleo.
A igreja de St. Hedwig da Silésia, da Idade Média.
Quando se vê o tamanho da cidade hoje e se depara com a desproporção da igreja fica-se imaginando como era a vida e a riqueza dos reis e governantes.
As igrejas eram na verdade o local onde eles demonstravam todo o poder e como os poderes eram interligados.
Nessa hora a falta do idioma faz falta: a gente enlevado com tanta beleza, a senhorinha ali só olhando e como gostaríamos de poder dizer a ela que achamos a igreja de sua cidade um espetáculo! Tenho a certeza que ela entendeu que gostamos, mas se pudesse dizer seria bem melhor.
Seguimos pela auto-estrada, almoçamos no caminho e de longe vimos uma igreja toda negra, de madeira. Entramos na cidade - Gwozdziany (se tiver que procurar esse nome no mapa...) - para ver de perto: com tôrre do sino separada do corpo da igreja, de 1576.
Terça-feira, 18:00, chovendo e a população na igreja assistindo missa, estacionamento de bicicleta cheio.
Como estava tendo missa ficamos no hall de entrada, por dentro a decoração foi modernizada. Um encanto de igreja, bem delicada. Sem obras de arte, a própria já é uma obra de arte.
Tiramos fotos e seguimos. Faltava pouco para Czestochowa, local de peregrinação para a população religiosa da Polônia.
O camping fica ao lado da entrada do Santuário, não tínhamos que andar nem 100 mts. Ficamos em um local meio apertado mas deu tudo certo.
Fomos dar uma volta para conhecer o Santuário.
Um pouco de história: a imagem da Virgem com o Menino, é um ícone (estilo de pintura bizantina, pintada a óleo em uma tela sobre madeira e com os adereços geralmente dourados), com 122 cm x 82 cm.
Segundo a "leyenda" antiga o quadro chegou da Rússia em 1382, quando se fundou em Czestochowa o Monastério de Jasna Gora (Montanha Clara), com os monges que vieram da Hungria.
Em 1430-34 a pintura foi restaurada porque adeptos da reforma protestante atacaram a imagem. Deixaram as marcas na face para sempre recordar a violência que a imagem sofreu.
Enfim é uma longa história: quando a Suécia quis invadir Czestochowa em 1655 eles consideram que a força da fé os salvou. Em 1656 foi declarada Padroeira da Polônia. O Papa João Paulo II era um confesso devota da virgem de Jasna Gora ou Madona Negra, como também é conhecida.
O Santuário é um complexo situado em uma fortaleza com a Basílica, a capela onde fica a Virgem, museus, capelas, salas de tesouros, ex-votos, um espaço para missa campal enorme.
O povo polonês é conhecido pela sua religiosidade, a Polônia desde sempre esteve ao lado do papa e agora tem verdadeira devoção pelo Beato João Paulo II.
No altar da Virgem tem o cinto que o papa usava quando sofreu o atentado.
As pessoas não passam pelo meio da igreja sem dobrar os joelhos, é de impressionar e emocionar ver as pessoas frente ao altar.
Fiquei emocionada, não tem como não chorar. A música, o ambiente, toda história envolvente.
Fazia muito tempo que não via tantos padres e freiras em um só lugar: eles fazem as visitas guiadas, seguem a via-sacra com os visitantes, rezam missa uma atrás da outra. Acompanham as crianças e jovens com microfones e vão cantando pelos espaços afora.
Assistimos a missa e viemos para o camping. @ ruim, jantamos e dormimos.
Dia de 3 igrejas maravilhosas!
A Igreja de Legnickie Pole.
A igreja de Gwozdziany
E a de Czestochowa - Jasna Gora ou Madona Negra
Tampa de canalização pluvial |
Basílica |
Capela da Virgem |
Um comentário:
nossa, que igreja bem sombria essa de Gwozdziany!!
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