Hoje é sábado, a Ivy partiu ontem e vamos ficar mais um dia aqui no camping dedicados à arrumação do MH.
Fomos almoçar de novo no "português" (bacalhau ora pois), comprinhas no Carrefour, siesta e de resto nada.
Demonstração inequívoca que o Outono está aí ...
Falamos com a Ivy e foi tudo bem, parece que o piloto pisou fundo no acelerador pois chegaram bem antes da hora. Ficou de molho até encontrar o Iésio (pai dela) que também estava chegando de viagem.
No domingo vamos atravessar a lateral da província do Vale do Loire, região pontilhada de castelos, mostra de um passado faustoso, onde o céu era o limite para quem "mandava". Mas não vamos parar em nenhum, já cá estivemos em outra viagem nos idos de 1998.
Atravessamos a cidade de Orléans sem no entanto conhecê-la: foi aqui que a "Donzela de Orleans"= Joana D'Arc salvou a França dos ingleses em 1429.
Ela é a heroína francesa por excelência: guerreira, virginal, mártir e representação da França. Sua campanha com ajuda divina para "expulsar os ingleses da França" durante a Guerra dos Cem anos inspira desde sempre peças de teatro, poesia e filmes. Porém em 1430, foi presa e entregue aos ingleses , acusada de bruxaria e queimada na fogueira em 1431 na cidade de Rouen aos 19 anos. Foi canonizada em 1920. (Tenho a impressão que já disse tudo isso, relevem por favor ...)
De toda forma passamos batido pela cidade, mas lemos um pouco da história e sempre vale de alguma coisa: não vimos mas aprendemos alguma coisinha.
Vamos ficar 2 dias em Bourges : cidade galo-romana, isto é, velha, muito velha ... terra de Jacques Coeur. Prá falar a verdade nunca havia ouvido esse nome mas vamos lá: foi ministro das relações exteriores de Carlos VII, hábil comerciante de armas, tradição mantida até hoje na cidade.
Em cima do pedestal : Jacques Coeur Ao lado : Joaquim Silvano
Conseguem enxergar os corações e as conchinhas de vieira?
Também é um centro universitário e cultural, com festival na primavera de música e dança.
Ainda existe trechos da muralha galo-romana, inclusive a casa do Jacques Coeur foi construída em cima da muralha. "Casinha" gótica terminada de construir em 1453, com os emblemas de Coeur: conchas de vieiras e corações e o lema de sua família "A vaillant coeur, rien impossible" = a um coração valente, nada é impossível!
Conseguem enxergar as vieiras e corações??
A região de Berry também é rota da peregrinação de Santiago com destino a Compostela na Espanha, com várias referências e marcas da rota.
A Igreja de St-Etienne é belíssima, gostamos muito. Se bem que chega uma hora em que uma igreja gótica tem cara de apenas mais uma igreja gótica ... ver mais um claustro por vezes é repetir o mais do mesmo ... de toda forma vamos vendo e tentando guardar algum diferencial de cada um.
A entrada principal tem 5 portas ricamente esculpidas com cenas do Juízo Final. Na foto abaixo, bem ao centro, pode-se ver a "balança" pesando o que fizemos de bom ou de ruim e o diabinho esperando afoito seus hóspedes ...
Essa igreja é a igreja gótica mais larga da França e a mais semelhante que a Notre-Dame de Paris, mas achei mais agradável de percorrer, talvez por não ser tão sombria. Está em restauração o telhado e uma das laterais.
Só para ter uma ideia do tamanho : a nave com largura de 41 mts, comprimento 117 mts e altura 37 mts. São números de peso!
A construção deu-se em duas fases : 1125-1215 e 1220-1245.
Seu centro histórico possui uma quantidade expressiva de casas em "enxaimel"="pan de bois".
Homenagem a escritores
Isso foi tudo: gostamos da cidade, como se diz hoje em dia "cidades em escala humana", com recantos para admirar, pracinhas para conversar com o vizinho, mercadinho próximo, transporte público de qualidade, quando o indivíduo é mais importante que o carro ... pelo menos essa é minha definição de cidade boa para se morar. Vou procurar o que dizem arquitetos sobre esse assunto ...
Na terça-feira vamos para Le Puy-en-Velay - um local emblemático parao Caminho de Santiago.
Perto de Bourges, +- 40 km paramos na Abadia de Noirlac: fundada pelos monges cistercienses: a Ordem de Cister foi fundada quando alguns monges deixam a ordem de Cluny com a intenção de retomar a antiga regra beneditina: ascetismo, rigor litúrgico e o trabalho.
Construída a partir de 1150 é um reflexo da simplicidade da ordem, sem decoração rebuscada. Depois da Revolução Francesa, em 1791, a Abadia é confiscada e vendida.
Foi ocupada por uma manufatura de porcelana durante grande parte do século 19. Em 1909 voltou às mãos do Departamento de Cher e sofreu uma restauração efetiva de 1950 a 1980.
Desde 2008 é um centro cultural, com apresentações artísticas, exposições e eventos, principalmente no verão.
Claustro: imagine que o entorno da abadia era muito hostil nos idos de 1150 ... e esse pátio era a tranquilidade que eles precisavam para meditar quando não estavam transcrevendo textos. Havia um poço no centro e árvores ...
Mais uma instalação "instalada" dentro dos quartos onde recebiam hóspedes
Em 1939 o prédio abrigou mulheres e crianças espanholas que escaparam do "franquismo" ... Não nos esqueçamos.
Abadia vista vamos que tem chão pela frente! Paramos no mercado, compramos comida pronta e comemos em casa.
Entramos na região do Maciço Central, uma região cheia de surpresas, subidas, descidas íngremes e cidades escondidas feitas com pedras negras vulcânicas. Mas o tempo urge e não podemos parar ...
Chegamos já noite em Le Puy, camping fica praticamente dentro da cidade, em zona inundável com grandes chuvas. Várias placas mostrando para onde correr se o "bicho quiser pegar" ....
Boa noite, até amanhã.
Fomos almoçar de novo no "português" (bacalhau ora pois), comprinhas no Carrefour, siesta e de resto nada.
Demonstração inequívoca que o Outono está aí ...
Despedida de Paris |
No domingo vamos atravessar a lateral da província do Vale do Loire, região pontilhada de castelos, mostra de um passado faustoso, onde o céu era o limite para quem "mandava". Mas não vamos parar em nenhum, já cá estivemos em outra viagem nos idos de 1998.
Atravessamos a cidade de Orléans sem no entanto conhecê-la: foi aqui que a "Donzela de Orleans"= Joana D'Arc salvou a França dos ingleses em 1429.
Ela é a heroína francesa por excelência: guerreira, virginal, mártir e representação da França. Sua campanha com ajuda divina para "expulsar os ingleses da França" durante a Guerra dos Cem anos inspira desde sempre peças de teatro, poesia e filmes. Porém em 1430, foi presa e entregue aos ingleses , acusada de bruxaria e queimada na fogueira em 1431 na cidade de Rouen aos 19 anos. Foi canonizada em 1920. (Tenho a impressão que já disse tudo isso, relevem por favor ...)
De toda forma passamos batido pela cidade, mas lemos um pouco da história e sempre vale de alguma coisa: não vimos mas aprendemos alguma coisinha.
Vamos ficar 2 dias em Bourges : cidade galo-romana, isto é, velha, muito velha ... terra de Jacques Coeur. Prá falar a verdade nunca havia ouvido esse nome mas vamos lá: foi ministro das relações exteriores de Carlos VII, hábil comerciante de armas, tradição mantida até hoje na cidade.
Em cima do pedestal : Jacques Coeur Ao lado : Joaquim Silvano
Também é um centro universitário e cultural, com festival na primavera de música e dança.
Ainda existe trechos da muralha galo-romana, inclusive a casa do Jacques Coeur foi construída em cima da muralha. "Casinha" gótica terminada de construir em 1453, com os emblemas de Coeur: conchas de vieiras e corações e o lema de sua família "A vaillant coeur, rien impossible" = a um coração valente, nada é impossível!
Conseguem enxergar as vieiras e corações??
A região de Berry também é rota da peregrinação de Santiago com destino a Compostela na Espanha, com várias referências e marcas da rota.
A Igreja de St-Etienne é belíssima, gostamos muito. Se bem que chega uma hora em que uma igreja gótica tem cara de apenas mais uma igreja gótica ... ver mais um claustro por vezes é repetir o mais do mesmo ... de toda forma vamos vendo e tentando guardar algum diferencial de cada um.
A entrada principal tem 5 portas ricamente esculpidas com cenas do Juízo Final. Na foto abaixo, bem ao centro, pode-se ver a "balança" pesando o que fizemos de bom ou de ruim e o diabinho esperando afoito seus hóspedes ...
Essa igreja é a igreja gótica mais larga da França e a mais semelhante que a Notre-Dame de Paris, mas achei mais agradável de percorrer, talvez por não ser tão sombria. Está em restauração o telhado e uma das laterais.
Só para ter uma ideia do tamanho : a nave com largura de 41 mts, comprimento 117 mts e altura 37 mts. São números de peso!
A construção deu-se em duas fases : 1125-1215 e 1220-1245.
As janelas possuem vitrais do século 13 |
Rua Bourbonnoux |
Seu centro histórico possui uma quantidade expressiva de casas em "enxaimel"="pan de bois".
Homenagem a escritores
Praça do Mercado
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Hora do rango: uma panela de mexilhão e salada |
Museu instalado em antigo "hôtel", na verdade a palavra hôtel quer dizer: casa senhorial, palacete urbano. Por exemplo, as instalações da prefeitura é "Hôtel de Ville" (+- isso ok??)
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Conversadeira |
Isso foi tudo: gostamos da cidade, como se diz hoje em dia "cidades em escala humana", com recantos para admirar, pracinhas para conversar com o vizinho, mercadinho próximo, transporte público de qualidade, quando o indivíduo é mais importante que o carro ... pelo menos essa é minha definição de cidade boa para se morar. Vou procurar o que dizem arquitetos sobre esse assunto ...
Na terça-feira vamos para Le Puy-en-Velay - um local emblemático parao Caminho de Santiago.
Perto de Bourges, +- 40 km paramos na Abadia de Noirlac: fundada pelos monges cistercienses: a Ordem de Cister foi fundada quando alguns monges deixam a ordem de Cluny com a intenção de retomar a antiga regra beneditina: ascetismo, rigor litúrgico e o trabalho.
Construída a partir de 1150 é um reflexo da simplicidade da ordem, sem decoração rebuscada. Depois da Revolução Francesa, em 1791, a Abadia é confiscada e vendida.
Foi ocupada por uma manufatura de porcelana durante grande parte do século 19. Em 1909 voltou às mãos do Departamento de Cher e sofreu uma restauração efetiva de 1950 a 1980.
Desde 2008 é um centro cultural, com apresentações artísticas, exposições e eventos, principalmente no verão.
Isso é uma instalação, "homens compridos e negros", não sei exatamente o que é, faz parte da exposição |
Entrada da Igreja, sem estátuas e outros enfeites |
Claustro: imagine que o entorno da abadia era muito hostil nos idos de 1150 ... e esse pátio era a tranquilidade que eles precisavam para meditar quando não estavam transcrevendo textos. Havia um poço no centro e árvores ...
Refeitório enorme mas dizem que as rações de comida servida eram o estritamente necessário, cardápios monótonos... além de não poderem bater papo (o silêncio fazia parte do cardápio) |
Mais uma instalação "instalada" dentro dos quartos onde recebiam hóspedes
Segundo o autor: objetos de viagem |
Em 1939 o prédio abrigou mulheres e crianças espanholas que escaparam do "franquismo" ... Não nos esqueçamos.
Abadia vista vamos que tem chão pela frente! Paramos no mercado, compramos comida pronta e comemos em casa.
Entramos na região do Maciço Central, uma região cheia de surpresas, subidas, descidas íngremes e cidades escondidas feitas com pedras negras vulcânicas. Mas o tempo urge e não podemos parar ...
Frio e chuva, sol de novo |
Chegamos já noite em Le Puy, camping fica praticamente dentro da cidade, em zona inundável com grandes chuvas. Várias placas mostrando para onde correr se o "bicho quiser pegar" ....
Boa noite, até amanhã.
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