terça-feira, 30 de agosto de 2011

44.dia - Serro - Milho Verde - São Gonçalo do Rio das Pedras - Serro

28.08.2011 - Domingo
Hoje é dia de conhecer os distritos do Serro, a estrada uns dizem que está asfaltando, outros que não, vamos desvendar o mistério....até Milho Verde são 23 km, dos quais 15 asfaltados e de Milho Verde para São Gonçalo são 8 km ruim, ruim...
Esse caminho faz parte da Estrada Real:  não sei se já falei : a Estrada Real liga Diamantina e Ouro Preto em dois caminhos para o mar, um chegava na Baia de Guanabara descendo pela Serra de Petrópolis e outro chegava em Paraty onde ainda existe uma trilha de caminhada de 3 dias que se chama Trilha do Ouro. A Estrada Real tem +- 1400 km.
Seguimos pela crista das serras com o Espinhaço e o Pico Itambé (2002 m) sempre a direita. Não vou repetir mas é tudo muito espetacular, na verdade apaixonei-me pela Serra do Espinhaço.
Com 15 km chegamos a Três Barras onde passamos pela ponte sobre o Rio Jequitinhonha bem perto da nascente, nada mais que um córrego, modesto para quem vai andar 1100 km e desaguar no oceano perto da cidade de Belmonte (BA). Os dois grandes rios que eu conheci a nascente são em Minas Gerais: o Rio São Francisco, na Serra da Canastra e agora o Jequitinhonha.
Os últimos 8 km foram de terra mas sem grandes areiões.
Milho Verde é mais um lugarejo que os hippies "descobriram" na década de 60 (tinham um faro para lugar bonito, descolado, fora do mapa....), ainda tem os remanescentes daquela época. Encanta pela simplicidade: um conjunto de construções coloniais formado por 2 igrejas: de N.Sra dos Prazeres, a Matriz, a atual de 1817, reza a lenda que Xica da Silva foi aqui batizada, pois ela era natural de Milho Verde e a Capela de N.Sra. Rosário que é o cartão postal da região: fica num espaço físico privilegiado, no alto, com gramado em volta e de outro o cemitério, oferecendo vista para o Macico do Espinhaço e o Itambé.
São Gonçalo igualmente tem um casario precioso, calçamentos de pedra originais, rancho de tropas (era um dos pontos de parada das tropas com destino a Paraty) e cachoeiras. Em alguns locais se percebe claramente o trecho que era feito pela tropa com a fundação das cidades, a cada x léguas tinha a parada que desenvolveu-se em povoado, vila, cidade.
 Também tem a matriz e a Ig. N.Sra. do Rosário, que é uma constante em toda região de escravos. Tinha entalhes de ouro na decoração, mas devido a assaltos foi camuflada com tinta! Ouro esse devidamente roubado das minas...
No séc. 18 foram descobertas reservas de ouro, a partir de 1730 se descobriram os diamantes. Demorou pelo menos 10 anos para Portugal ficar sabendo dessas descobertas. A partir daí toda a região passou a sofrer enormes restrições, o que acabou sufocando muitos povoados.  
Visitamos a Cachoeira do Comércio e voltamos para Milho Verde.
Quem tiver tempo procure por Milho Verde, Serro no google e verá imagens muito bonitas.
Almoçamos na Pousada do Morais, porque as informações que achei na internet diziam que a cozinha da D. Anete  era imperdível. Lá fomos nós, ambiente familiar, mesa grande para todos e a comida em cima do fogão a lenha, mais cafézinho e doce de leite (R$ 10,00).
Tinha um grupo da cidade de Peçanha que pretendem fazer a Estrada Real em etapas: uma vez por mês caminham e com previsão de chegar a Paraty em 2013. 
O grupo foi embora e ficamos ali de conversê com D. Anete, filhos e o marido (Morais). Voltamos para a igrejinha do Rosário e fomos embora.
No caminho paramos na Cachoeira do Moinho, um local muito bonito, mas a água estava embarrada devido ao serviço de terraplanagem na estrada. Ficamos ali um pouco, nos avermelhamos e viemos embora.
A noite nem saímos de casa, amanhã pretendemos ir para Diamantina.
As fotos vou colocar depois, é muito chato e demorado o sistema aqui ou sou eu que não sei fazer o serviço pelo caminho mais curto.
Tchau.  


Três Barras - Rio Jequitinhonha


São Gonçalo do Rio das Pedras




Capela N.Sra. do Rosário


D.Anete e Silvano

Matriz N.Sra. Prazeres

Serra do Espinhaço e Pico Itambé

Cachoeira do Moinho


Na borracharia


   

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