sexta-feira, 27 de setembro de 2013

03 e 04.09.2013 - Dias 140 e 141 - Rosslare (Irlanda) - Cherbourg (França) - Cambremer

Sempre rola um frio na barriga quando vamos pegar o ferrie e com mudança de fronteira aumenta um pouquinho o nervoso ... não por nada .... só a toa !
O check-in começa 13:30 com partida marcada para 15:30. Saímos com bastante tempo, nunca se sabe o que pode acontecer, pode haver coisas a ver ou fazer. 
Em Rosslare não tem nada a fazer. Antes do porto tem um mercado e restaurante: estacionamento lotado de MH que iam embora ou que estavam chegando. Quem partia almoçava por ali; já quem chegava abastecia a geladeira. Compramos comida no mercado e almoçamos no próprio estacionamento.  
Placa de boas-vindas na nossa saída



Para passar o tempo fui cortar o cabelo: é duro ser ignorante e ter que fazer mímica. Na verdade ela queria saber se podia cortar sem lavar o cabelo, porque a pessoa que lavava estava em hora de almoço. Eu só no: oui madame! oui madame! E fiquei com 20 euros a menos... uma cortadinha furreba, sem shampoo nem nada. Mas tá bom também, queria muito cortar o cabelo.
Nos dirigimos para o check-in e era uma fila enorme, na verdade são várias filas: para motos e bicicletas, para carros, para MH e separadamente os trailers, além dos caminhões que começam a entrar antes, e tem os que pagam mais para ter a preferência antes de todos esses.



Kombis à mancheia ... de todas as cores ...

Veio um senhor, bem senhorzinho, fazer pesquisa sobre o que achamos do turismo na Irlanda. Pesquisa extensa, complicadas as perguntas mas serviu para passar o tempo, aliás em cima do laço o senhorzinho terminou a pesquisa.
Dessa vez conseguimos entrar, descobrir a cabine e ver a partida do convés. A cabine era boa, mas não tão boa quanto a que fomos para a Inglaterra. Em compensação o preço dessa foi beeemmm menor.




 A viagem tem previsão de 19 hs e na França é uma hora a menos, chegaremos às 12:30.
Cinema a bordo: com 3 filmes



O Titanic está nos perseguindo nessa viagem: nosso destino de chegada é o porto onde ele fez a primeira escala quando saiu de Southhampton (Inglaterra) : Cherbourg

Golfinhos e aves marinhas seguiram o navio por toda a noite (não, não tem fotos)

Todos os ambientes são nominados fazendo referência a Oscar Wilde, que dá nome ao navio e é escritor irlandês



Chegamos em terras francesas ... ulalá!! Tomamos café e subimos um pouco para ver a chegada. Mas antes de ancorar temos que ir para o MH porque quando abrem os portões todos tem que estar a postos.
Bem chegou a aduana ... entregamos os passaportes, levaram para a salinha e devolveram carimbados ...  o estresse é porque quando saímos e entramos na Inglaterra ninguém carimbou nada e como íamos provar que não ficamos esse tempo todo aqui na Europa continental? Mas tudo bem agora! Temos o carimbo! Viva a burocracia e os carimbos....



Demos uma paradinha para relaxar e estrada ... nem paramos para conhecer Cherbourg: porto estratégico e base naval desde o século 19.
Estamos na Normandia e vamos seguir a costa do Canal da Mancha. Em alguns locais estivemos em 1998 (nossa primeira viagem à Europa), então vamos intercalando por onde não passamos daquela vez.
Esse trecho é onde ocorreu o Desembarque da Normandia, o Dia D:

Resumindo muito esse dia: no dia 06 JUN 19444, os aliados ocidentais desembarcaram nas praias francesas do Canal da Mancha, dando início ao fim da II Guerra Mundial, que tinha se iniciado 5 anos antes quando a Alemanha invadiu a Polônia. 
Essa região era conhecida por Muralha do Atlântico e a operação recebeu o nome de Operação Overlord.
O Dia D foi a maior operação militar aeronaval: 155.000 (esses números divergem em vários escritos) homens dos EUA, Grã-Bretanha e Canadá lançaram-se nas praias da Normandia.
Transportados por 14.200 barcos, protegidos por 600 navios e milhares de aviões fizeram uma cabeça-de-praia no litoral francês e dali marcharam em direção à fronteira da Alemanha.
Ao mesmo tempo, a URSS aumentou a ofensiva contra os nazistas.
11 meses depois a Alemanha rendeu-se e mais 4 meses foi a vez do Japão.
Em AGO 1945 as ações militares foram suspensas.








As praias receberam nomes codificados: Omaha, Utah,m Gold, Juno e Sword.
Cidades como Ste Mère-Eglise, La Cambe, Arromanches-les-Bains, Ranville e outras: cada qual com seu museu, memorial, cemitérios. 
Recordo-me que em 1998 quando visitamos os cemitérios, na beira-mar, havia pessoas de muita idade, sentados por ali, olhando aquele marzão à sua frente e instantaneamente a gente fazia um filminho daquela pessoa: deve ter desembarcado por ali, participado da guerra, perdeu companheiros...alguns com rapazes bem jovens (pensávamos: deve ser o neto) e ele conversava, mostrava, apontava para aqui ou para ali! Emocionante! Pessoas que passam por uma experiência dessa tem muito a contar.








  
Sempre é bom tudo estar por ali, para que todos vejam, para que isso não seja esquecido!






   
Apesar da região ter passado por um capítulo triste da história ...estávamos com fome e compramos ostras diretamente da fazenda produtora e almoçamos: ostras e cidra. Eu nem sou muito fã de ostras, mas essas comi com prazer! Silvano nem precisa dizer: ele sempre gosta!





Normandia : atrações históricas, paisagens, cidades encantadoras. Pomares de maçã (7 milhões de macieiras), casas com madeirame à vista e pode-se sempre seguir o Rio Sena.
E por falar em maçãs: entramos na Rota da Cidra e do Calvados: explicação técnica: 
Cidre = sidra, bebida borbulhante, alcoólica e não-alcoólica, típicas daqui e da Bretanha. Refrescante!
O Calvados é o conhaque de maçãs e muito mais forte (na Bretanha é chamado de lambig). Desde 1942 o Calvados tem o reconhecimento e em algumas regiões é de Appellation d'Órigine Contrôlée (com grife!). 
O Pommeau é a mistura da Cidra com o Calvados envelhecido em barril de carvalho adquirindo a cor de âmbar.
O licor de ervas Benedictine foi criado em Fécamp, por um monge, em 1510. Os monges eram danados para inventar: champanhe, vinhos, docinhos, queijos, licores...ficavam ali ...matutando e voilà... uma nova criação!
A Normandia produz também queijos famosos: Camembert (na cidade de Camembert), Livarot, Pont-l'Évêque (Jesus como é forte, não vou dizer que fedia porque é feio, mas empesteou nossa geladeira um bom tempo). Mas comemos mesmo assim! 
A Rota da Cidra interliga pequenas aldeias, por estradas menores ainda e produtores independentes da bebida, do suco de maçã, geléia de maçã.
Falar da Normandia é difícil: pastagens com gado que resultam em leite, manteiga e queijos de qualidade.
Cidades como Rouen (onde Joana D'Arc foi queimada), Mont S. Michel e Giverny, onde Monet viveu muitos anos são apenas alguns exemplos. Tem muito mais ... praias de ventos fortes "eternos" e o vale do Rio Sena.


Cambremer: cidade e região produtora de grans crus de cidra. Esse estacionamento atrás da placa (que eu lavei para poder tirar a foto, pois estava bem empoeirada), foi onde passamos a noite. A oficina de Turismo oferece água e você compra ficha se necessitar de energia e banheiro usa-se o do MH ou vai no banheiro público da praça (limpo). Eles chamam de Camping-Car 
 A rota da cidra




Os 3 de vida dura!!


Por hoje penso que é suficiente! Boa noite e até amanhã!
  

  
  

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