terça-feira, 8 de abril de 2014

07 a 09.04.14 - Dias 20 a 22 - Stralsund - Wismar - Lubeck

Nosso roteiro vai seguir por cidades bonitinhas, arrumadinhas, limpinhas, com edifícios em tijolos vermelhos ... a princípio pode parecer meio monótono ... depois da quinta igreja gótica em tijolo vermelho você começa a não mais distinguir qual é qual ... mas já que estamos aqui vamos olhar o mais que for possível e guardar nos olhos e mentes a que mais agradar, o detalhe mais especial. Olhar bem para reconhecer sempre, a repetição se faz necessária para o maior conhecimento. Puxa! Que lero-lero!

Mas antes de sair de Stralsund é bom não esquecer porque ficamos aqui esses dias: esperando a nova ida aos especialistas de Citroen para fazer testes para tentar descobrir porque não saímos com o motorhome na hora que queremos, mas na hora que ele quer.
A hora marcada era às 10:00 e lá estávamos. Fizeram testes, conversaram com Sr. Krettek, com Dahmer, tentaram conversar com o Silvano ... e não deu nada ... só mais uma conta de 93 euros e votos de felicidades.  
Só esperar prá ver! Prá não dizer que não deram nada ... mandaram colocar aditivo no diesel quando abastecer!
Na estrada e já passava de 12:30 ... primeira parada ... de novo no Karls, a Disneylandia rural do morango. Almoçamos, compramos mais umas coisinhas, descansamos e partimos.



Nosso destino hoje é WISMAR, +- 120 km de estradas boas.
Parada para ir ao mercado comprar algumas provisões (queijos, iogurte, pães).
Paramos em Bad Doberan, cidade turística e com essa maravilha de construção em tijolinhos: o Mosteiro de Bad Doberan. Tudo começou quando o Monastério Cisterciense se instalou ali em 1186. Na Idade Média foi o mais importante monastério da província de Mecklenburgo. Por sua importância política e histórica muito príncipes estão ali enterrados.


A igreja foi consagrada em 1232
O interior da igreja é considerado como a jóia medieval entre os mosteiros cistercienses







 Silvano procurando sujeiras no rio que passa por ali ... ganha um doce se achar ...

Rodamos 150 km e chegamos a Wismar. O camping é pequeno, bem localizado e o banho é contado em minutos ... mas a água é quente!
Estamos a cinco minutos do centro histórico, aliás, a cidade inteirinha é Patrimônio da Humanidade desde 2002: os casarões, casinhas e palacetes são de encher os olhos.


 Esses ovinhos brotam em todos os lugares: janelas, vasos, árvores, gramados: que ninguém se esqueça da Páscoa
E lá vamos conhecer Wismar, que representa com primor a riqueza e o apogeu da Liga Hanseática nos idos do século 14 (tudo bem ... a gente nem tinha sido "descoberto"...) . A data do alvará de cidade é de 1229. 
Em 1259 fez um acordo com Lubeck e Rostock para, juntas, se defenderem contra os piratas do Mar Báltico e com os mesmos objetivos econômicos criaram a Liga Hanseática. No auge do desenvolvimento chegou a ter 170 cidades participantes da Liga.  

Em 1376 a Peste negra matou 10.000 habitantes, a  cidade decaiu um pouco mas logo conseguiu reerguer-se.
Em 1648 pelo "Acordo de Westfallia" tornou-se posse da Suécia e só devolveu "por bem" em 1903. 

Aqui nessa praça está representado como o ser humano pode ser ótimo para o bem e para o mal ... na 2.Guerra Mundial a cidade foi bombardeada e da igreja que aqui havia sobrou a torre e atualmente tem essas marcações para podermos visualizar seu tamanho.
Na segunda guerra Wismar foi capturada por britânicos e canadenses em 02/MAIO/1945. 
Em 01/JUL/1945 saíram os britânicos e entraram os soviéticos, pelos "Acordos da Conferência de Yalta" ... e segue a dança das cadeiras ...  


O que o ataque aéreo dos "aliados" não destruiu, o abandono governamental se encarregou do resto 
Georgenkirche  

Dentro da torre tem pequeno museu onde assistimos um filme em 3D de como foi a construção da igreja ... muito bom e bem feito! 




Cabo de guerra bom para relaxar e esquentar

Aqui se pode observar as marcas da restauração, igualmente bombardeada 
A restauração só começou quando houve a reunificação das Alemanhas em 1990 e segue firme ainda hoje
Um espetáculo em "tijolos vermelhos"! A diferença das igrejas dessa região é que são iluminadas, claras, amplas.  

Para quem não é afeito aos rituais da igreja ... panos roxos para mostrar que estamos na Quaresma

Os vitrais dificilmente são coloridos, o que torna as igrejas claras



Wasserkunst é uma fonte de ferro forjado, veio da Holanda em 1602 e até 1897 era onde a população pegava água potável



Rathaus=Prefeitura, meio nada a ver com o entorno da praça ... neoclássica, de 1817-19.  

Almoço na feira: tá feio mas gostoso, mesmo não tendo descoberto exatamente o que era ... acho que era feijão branco com linguiça ... eu acho!
Aqui é a Alter Schwede: antiga residência e armazém, com data de 1380   




Grube : curso de água artificial do século 13


 Igreja de São Nicolau = Nikolaikirche, essa teve mais sorte que as outras 2 igrejas: escapou ilesa dos bombardeios


 Esse tipo de cruz é comum nessa região, recebe o nome de Cruz do Triunfo, de +- 1430 


 Essas colunas de puro tijolo são de arrepiar ...








Scheuerestrasse - rua das antigas cervejarias




Wassertor - último dos 5 portões das muralhas que cercavam Wismar, de 1450

Olha que mimoso!! Não! Não fomos almoçar aí ...Cardápio: 
Brasilianische Grillplate vom Churrasco Grill (Schwein (porco), Geflugel (algo que tenha asas e penas) e Rind (deve ser boi) 
por apenas 12,50 euros ou Spezialitat unseres Hauses ist das Rodízio por apenas 24,50 euros


Nas antigas muralhas e chegando ao porto. Tomamos sorvete, café e começamos o roteiro de volta. Esse sol foi só para animar, em seguida a chuva e o frio voltaram ...

Wismar foi cenário do filme Nosferatu, do diretor Murnau, em 1922. No filme a cidade é chamada de Wisborg

Só para lembrar ... a Copa vem aí!!
 Puxa! Cansamos mas foi bom! Saímos já tarde em direção a Lubeck, mas como é só 70 km vamos lá...O camping é bem bom, achamos fácil com a ajuda da "Izabel" (para quem não sabe nosso gps tem esse nome), só o banho que foi frio e descobrimos no outro dia que o boiler estava com defeito. Devia ter deixado para tomar banho hoje ... já matamos tanto banho nessa viagem que um a mais não faz diferença!




De toda forma estou emocionada por estar na cidade de Thomas Mann, trouxe e li in loco "Os Buddenbrook" onde ele conta a história de uma família alemã típica da burguesia do século 19 desde a origem, apogeu e decadência em 4 gerações. 
Tenho que agradecer ao Carlos, vizinho da Ivy, que me emprestou o livro para que pudesse lê-lo em terras alemãs. Valeu Carlos!

Quarta-feira, dia 9
Resolvemos ir até Travemunde, cidade à beira-mar, balneário de veraneio elegante para onde se deslocava toda a burguesia de Lubeck durante o verão. De frente para o Mar Báltico ainda hoje atrai veranistas e é porto com saída de navios para a Escandinávia e os países Bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia). Thomas Mann fala muito em seu livro de Travemunde ...


Fomos de bicicleta até a estação de trem. Tem trem?? Óbvio que vamos de trem!!




Essa região por onde andamos agora chama-se Pomerânia, deve ser daqui que foram para o Brasil, no Rio Grande de Sul a cidade de São Lourenço, por exemplo, é de pomeranos ... (mas não pesquisei a fundo sobre isso)  
Dentro da Igreja de São Lourenço, a concha de Santiago


Mais uma janela arrumada com esmero e capricho


Para se proteger do vento vale tudo



Chove lá fora?! pausa para café com torta de queijo e um biscoito em forma de coelho ... afinal é Páscoa!
Esse farol já foi importante, agora está um pouco deslocado ao lado desse "baita" edifício, que aliás é coisa raríssima em cidades pequenas ... é um hotel da rede Maritin, da década de 70 (a cidade é de +- 1370)  
As típicas cadeiras de praia para proteger do vento que sopra quase que o tempo todo ....


  One Direction!!! Lembramos da Iris!! Beijos e saudades!





Bem por hoje é só. Amanhã tem mais em Lubeck!

Um comentário:

Inara disse...

se por aqui, qualquer ventinho ou chuvinha espanta o povo das ruas, aí parece que fazem de tudo para aproveitar um pouco mais ao ar livre!!

lindas cidades...

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