segunda-feira, 14 de abril de 2014

12 a 14.04.14 - Dias 25 a 27 - Bremen - Norddeich - Aalten (NL=Holanda)

Bom dia ... tínhamos pego a chave do banheiro e para isso pagamos caução de 20 euros. Entendemos "errado" a hora de devolver e quando vimos a recepção estava fechada. Deixamos as chaves num envelope e número de conta bancária ... a conferir ! E o MH continua a engasgar pela manhã, hoje deu sufoco para pegar.

Nosso roteiro anda meio "muito" corrido porque gostaríamos de estar em Londres dia 19 e já cancelamos vários lugares que estavam planejados. Dinamarca e Noruega já "voaram" faz tempo e agora estou vendo que Holanda e Bélgica vai ser na base "rapidinha", decididamente uma pena. Não estou muito satisfeita com isso, mas ...vamos lá!

Vamos para a região da Alemanha que se chama Frísia: Oriental e Ocidental. Ontem não fiz a lição de casa: estudar o roteiro com antecedência e na escolha pelo caminho mais curto perdemos as cidades que gostaria de ter passado. Só me dei conta depois de muito tempo e já não tinha retorno, dessa vez pelo menos.
De novo ... paciência!
A Frísia tem diques para proteger os pastos abaixo do nível do mar. Vacas, moinhos de vento, pântanos e canais ... a semelhança e proximidade com a Holanda logo se tornam presente.  Essa geografia a difere e isola da Alemanha.  

Vou contar um pouco da história da Frísia e a paixão pelo chá.
(Amanhã ... vou domir). Cheguei de volta ...
Os frísios tem como referência cultural a Holanda na arquitetura, figurino e com a Inglaterra desde o século 17 principalmente com a importação e o gosto pelo chá. Se a Frísia fosse um país, com seu consumo anual de 300 litros/per capita/anual seria o maior do mundo! Superando grandes tomadores de chá como Kwait (290 L), irlanda (257 L) e Turquia (225 L). Para os ingleses só achei a referência a 2,5 kl de chá/anual e não sei fazer a conversão de kl para L ... E porque a Frísia toma tanto chá?! No século 19 o consumo de café se popularizou na Alemanha mas os frísios pela proximidade dos portos que traziam o chá de longe continuaram porque era mais em conta além de as folhas poderem ser reutilizadas, não precisam de moedores e filtros... enfim uma questão mais de economia que de gosto a princípio.
Quando chegavam visitas a hospitalidade era demonstrada colocando folhas novas no bule (como os gaúchos preparam um novo chimarrão para receber os vizinhos...) e dessa maneira o chá forte foi se tornando tradição por aqui.


Em Nordden, o Museu do Chá, tem tem uma coleção de louças : bules, xícaras e pires, com desenhos regionais, com  a rosa em especial e demonstração do serviço de chá. A função do Museu é reforçar a tradição que em contraste com o desenvolvimento econômico corre o risco de desaparecer.
Ritual é essencial por aqui: as xícaras são pequenas, torrões de açúcar e o creme - que quando despejado delicadamente nunca é mexido! Em épocas duras esses detalhes servem para marcar a identidade de uma parcela da população.
Só vou falar mais um pouquinho sobre esse assunto: atualmente tem ainda pessoas que compram as folhas e preparam de forma artesanal os próprios blends e claro que a fórmula é segredo guardado a muitas chaves!
A maioria utiliza o chá cultivado em Assam, norte da India, com sabor forte e escuro e um pouquinho de Ceylon, sabor mais leve. 
Um dos produtores artesanais é o Sr. Hedemann, está no negócio de chá desde sempre, desde que se entende por gente...
Outro fator importante para o chá é a qualidade da água da Frísia com gosto suave e adocicada causando um efeito inigualável na feitura do chá.
Quando preparado corretamente, com a água local e servido em pequenas xícaras de porcelana, o chá é dourado, quase transparente, com o creme brilhando delicadamente na superfície! 
Uau! Isso é quase uma obra de arte! Desculpe-me aos que não sentem nada ao aspirar uma boa xícara de chá!  
(Informações do site viagem.uol, reportagem de Ian Johnson, 30/05/12)

Como disse lá no começo perdi a chance de fazer o roteiro do chá ... mas a história está aqui escrita para que não me esqueça dos detalhes e ... voltaremos ... 
  
Chegamos ao camping em Norddeich, na costa do Mar Báltico, vento, muito vento. O MH balançou noite e dia. 
Estar em casa com um tempo desse não tem preço, se tiver um bom vinho, melhor ainda!
 O tempo deu uma trégua? Faxina em casa, lavar roupas, cobertores ao sol
 Camping 5 estrelas! Ainda bem que o primeiro que fomos estava lotado.

 Banheiros maravilhosos: grandes, limpos, água quente, secador de cabelo 

Até  tentamos dar uma volta, mas com esse vento fica difícil ... Silvano tentando se safar da ventania! 


A Frísia está de frente para o Mar do Norte por quase 100 km. Quando a maré esvazia a costa, seca os canais deixando exposto baixios lamacentos, chamado Mar de Wadden onde caramujos, caranguejos e pássaros fazem a festa. Essa região também é Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
 Para que não reste dúvida ... sou patriota ... 
O camping está situado atrás do dique, imagine se o vento corresse solto! Silvano com um pouquinho de frio ... vamu embora ... Quando o Silvano pagou as diárias ganhou 2 ingressos para entrar na praia ... ficamos sem entender: onde era a praia? quem quer praia com um tempo desses? Se bem que alemão nem tchum prá isso. 
Ficamos aqui 2 dias e partimos na direção da Holanda.






 Cidades com capricho pelo caminho 
 Hoje pelo caminho de novo ocorreu de tudo: chuva, sol, gelo, vento
Camping no meio do mato, e só nós por aqui ... na cidade de Aalten

Até amanhã e boa noite Kevin e Iris!

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